Antes de iniciarmos
com Santa Teresa D'Ávila nossa reflexão sobre a possibilidade do
encontro com Deus ainda em vida, penso que seria oportuno e duvido
que se arrependam de dar uma passada em um lugar extraordinário
visitado espiritualmente por São João Bosco (1815-1888), cujo dia
celebramos no último dia 31.
Estando Dom Bosco em
suas reflexões e orações noturnas, sem recordar-se se já havia
deitado ou não, viu-se em um lugar desconhecido, porém
incomparavelmente belo, a escutar cantos e sons da natureza numa
harmonia que sequer ao mais harmônico dos cantos que houvesse
escutado, nem minimamente, poder-se-ia comparar. O santo italiano
chamava a tais revelações particulares: sonhos, contudo, ao mais
distraído de seus ouvintes ou leitores ficava evidente tratar-se de
visões extraordinárias, precisas inclusive quanto às profecias que
habitualmente lhes acompanhavam. Tudo concedido por Nosso bom Deus a fim de que os descrentes passassem a crer e os católicos permanecessem inabaláveis em sua crença, até a partida para a terra dos santos.
Os séculos XVIII e
XIX, este último o século em que viveu Dom Bosco, foram conturbados
do ponto de vista intelectual. Muitos filósofos que se
autointitulavam iluminados, viveram para chamar de trevas tudo que
lhes fosse oposto e, nesse sentido, a primeira a ser combatida era a
Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo (nada mais óbvio do que
o príncipe das trevas, que outrora fora anjo de luz – Lúcifer –
em uma completa inversão de valores e conceitos, tentasse ofuscar a
Luz do Mundo). Dom Bosco previu, em outra visão que não esta que
estamos a estudar, os inúmeros ataques que sofreria a Igreja de
Cristo, por conta das ideologias/filosofias/religiões surgidas em
seu tempo, isto é, o santo previu que a barca de Pedro, aos 1800
anos de idade, estava prestes a afundar e era atacada não apenas com
armas, mas com livros incandescentes, ou seja, muitos morreriam,
outros tantos perderiam a fé, mas a barca, conforme prometido por
Nosso Senhor, jamais afundaria e, neste momento histórico preciso,
seria amparada, sob o comando do Papa, a duas inabaláveis colunas:
Eucaristia e Nossa Senhora. É desse tempo a origem do ateísmo e do
relativismo de forma sistemática e fundamentada que viria a tomar
conta de nossas universidades, de nossa mídia e, de modo geral, de
nossa cultura atual, ou seja, sofremos até hoje, as consequências
drásticas desses dois séculos. Também nesse tempo surgiram o
espiritismo kardecista – Alan Kardec: 1804-1869, foi um filósofo
iluminista francês *(e aqui cabe uma breve nota explicativa que opto
por inserir no final do artigo), o Comunismo, as bases filosóficas
do Nazismo e toda essa onda de imoralidade que pareceu espontânea
por parte dos jovens, sobretudo nos anos 60 do nosso último século
(Woodstock & Cia Ltda.), mas que na verdade, foi pensado e
planejado por filósofos contemporâneos de Dom Bosco, isto é, os
jovens pelados e fumadores de maconha, esbravejando “façam amor,
não façam guerra” nos anos 60 nada mais eram do que marionetes de
tais filósofos anteriores e estes, por sua vez, marionetes do
capeta.
Enfim, fujamos desse
“meio inferno terrestre”, que nos serviu apenas para
contextualizar o tempo em que viveu Dom Bosco e voltemos à visão do
santo… Em meio a tanta beleza que seus olhos contemplavam naquele
“sonho”, eis que lhe aparece São Domingos Sávio, o jovem
falecido aos 15 anos de idade com fama de extrema santidade, que fora
seu aluno e cujo lema de vida, determinado e irresoluto era: “antes
morrer do que pecar!”. O jovem aparece-lhe majestoso, com um brilho
inenarrável oriundo de sua pureza, acompanhado de outros santos(as)
igualmente felizes, porém, não tão luminosos, contudo, se
comparados a qualquer brilho ou beleza terrena, todos eram de um
fulgor estonteante e São João Bosco, atordoado, não sabe o que
dizer ou perguntar. Gagueja, porém, encorajado por seu ex-aluno,
cria coragem e pergunta se tudo aquilo que ele via era o Céu. O
jovem responde sorrindo que aquilo andava longe de ser o Céu, era
apenas a beleza natural, ou seja, não havia sequer algo de
sobrenatural na visão, mas somente beleza natural aperfeiçoada pela
onipotência divina. São João Bosco insiste a respeito dos sons e
dos cantos que ouvia, o jovem responde que tampouco esses sons eram
celestiais, mas à semelhança das imagens que via, eram naturais,
contudo, levados à perfeição graças ao poder de Deus. Dom Bosco
então, ousa pedir que lhe seja apresentado um mínimo fio de luz do
Céu (do próprio Céu), Domingos Sávio o recusa, afirmando que
nenhum olho humano, por mais santo que fosse, seria capaz de
contemplar o Céu sem cair, instantaneamente, morto. São Domingos
Sávio concedeu, porém, que Dom Bosco vislumbrasse, bem ao longe, no
horizonte, um discreto fio de luz que, segundo ele, era ainda natural
e não propriamente celeste (ainda que desconhecido dos humanos
vivos). São João Bosco então, ao notar aquela luz, grita e quase
desfalece (seu vizinho de quarto, no dia seguinte lhe questionaria
sobre o que haveria passado àquela noite com o santo, pois ouvira
gritos ensurdecedores…).
A partir desse
pequeno trecho da visão, parece-nos mais fácil compreender Nosso
Senhor quando diz: “o que os olhos não viram e os ouvidos jamais
ouviram, eis o que nosso Pai no Céu está preparando para aqueles
que O amam!” A visão de Dom Bosco encerra-se com algumas profecias
que ocorreriam ainda naquele ano, todas elas, uma a uma,
concretizam-se tal qual revelado. Quem tiver interesse em conhecer
mais profundamente esta visão, recomendo a leitura de “Céu,
Inferno e Purgatório” de São João Bosco. Enfim, concluímos a
reflexão de hoje e nada de Santa Teresa D'Ávila, certo?! Mas
prometo que na próxima reflexão, encerraremos essa “trilogia do
Céu” adentrando o castelo proposto pela Santa Doutora. Rezemos e
peçamos auxílio à graça divina até lá!
Na paz de Jesus e no
amor de Maria,
Jeansley de Sousa
Em suma, respeito não é o mesmo que sincretismo religioso. Cremos em um Deus que se fez homem e que nos garantiu ser Ele próprio O Caminho, A Verdade e A Vida, assegurando-nos que ninguém vai ao Pai senão por Ele, e é por esta verdade que milhões de católicos deram e continuam dando suas vidas. Seria, portanto, deslealdade à nossa fé e a esses incontáveis mártires que nós, em nome do politicamente correto, deixássemos de professar nossa fé de forma genuína, aderindo a um “sincretismo religioso de boa vizinhança” que não faz mártires e não nos conduz pela porta estreita do Céu, faz apenas “políticos e atores” (nos sentidos amplos das palavras) e os conduz todos pela porta larga...
Após o sermão da montanha, se não estou enganado, muitos comentavam com Jesus quem poderia ir para o céu!!! Jesus respondia dizendo que realmente para o homem era impossível, mas pela infinita misericórdia de Deus o homem poderia alcança-lo. Por muito tempo interpretei de forma errada essa passagem, com a leitura dessa segunda reflexão agora entendo o que Cristo quis dizer.
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