Conforme combinado, segue, na íntegra, a segunda parte da reflexão feita pelo Evando. Boa leitura a todos.
A.
Acolhida e Pedido do Espírito Santo
B.
Leitura do Evangelho dominical
No encontro passado
refletimos sobre a vida oculta de Jesus Cristo. Neste abordaremos a
sua vida pública e, por fim, no terceiro e último, sobre a sua
vinda gloriosa.
C.
JESUS
CRISTO
- SUA
VIDA PÚBLICA.
Ponto para reflexão:
Jesus
Cristo teve vida pública curta.
Apenas o tempo necessário ao cumprimento da sua missão divina. Como
vimos, ele procurou o anonimato na maior parte da sua vida, note-se
que cerca de 90% da vida de Jesus foi anônima e 10% pública,
precisamente dos 31 aos 33 anos. Ao contrário da maioria de nós
que buscamos uma vida
pública para a nossa própria glória/fama
(o êxito comercial das redes sociais demonstra isso, pois grande
número de pessoas as utiliza somente para sair do anonimato e, de
certo modo, fazer-se públicas/famosas. Ressalvo aqui, que todos os
meios de comunicação, incluindo-se as redes sociais, são legítimos
quando instrumentalizados para a glória de Deus). A vida pública de
Jesus foi para manifestar a glória de Deus (CEC, no. 457-460
e Jo 6,15).
Conceber uma vida pública para a própria glória é demoníaco,
porque "Criado
em um estado de santidade, o homem estava destinado a ser plenamente
"divinizado" por Deus na glória. Pela sedução do diabo,
quis 'ser como Deus', mas, 'sem Deus, e antes de Deus, e não segundo
Deus'"
(CEC
no. 398).
Repita-se, a vida pública não deve ser buscada para a glória
humana, mas para a glória de Deus, porque estamos mortos para o
mundo e a
nossa "vida
está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis
com Ele na glória."
(Col 3,3).
Como visto, o
ministério público de Jesus foi para manifestar a glória de Deus e
a sua condição divina é o fundamento disso: "Ao
longo de toda a sua vida pública, seus gestos de domínio sobre a
natureza, sobre as doenças, sobre os demônios, sobre a morte e o
pecado demonstravam a sua soberania divina"
CIC, § 447. No caso da liturgia desse domingo, o milagre da
multiplicação dos pães reforça muito bem isso. Enfim, todos os
milagres, bem como toda manifestação pública de Jesus teve apenas
uma finalidade: Manifestar
o amor de Deus por nós, seu poder e a sua glória.
Assim, a exemplo de
Jesus, que nossos atos sejam praticados apenas para a glória da
Santíssima Trindade, se tiverem a vocação da publicidade, que
sejam realizados apenas os necessários para o louvor do Senhor. E
como identificar se o ato é para a honra de Deus? Simples, observe
se são feitos por Caridade, se o seu objetivo é cuidar do próximo
por amor a Deus ou cuidar do que é próprio de Deus. Exemplificando
A
maior obra da vida pública de JC foi anunciar o Reino de Deus. O R
de D não é nem comida nem bebida (nem justiça social nem melhor
condição física ou econômica, etc.), mas o próprio Cristo. É
por Cristo, com Cristo e em Cristo que vc pode :
1) Cuidar dos doentes ou apenas visitá-los (aquela tia, avó,
vizinho, etc); 2) Ajudar com alimentação e vestuário uma pessoa ou
uma família que não tem condições de se sustentar dignamente
(pensar em quem possa estar precisando de sua ajuda); 3) Adorar o
Santíssimo porque reconhece ali o seu Salvador; 4) Ter um blog ou
página no Facebook para evangelizar, para instruir, para levar as
pessoas a refletirem sobre as verdades eternas, para conhecerem a
vida de Santos, etc.; 5) Ajudar na Liturgia, na Catequese, nos
Vicentinos, ou no trabalho onde os seus talentos se identificarem...
Dar a vida pelo outro!.
É querido por Deus que sejamos membros atuantes da Igreja na missão
de salvar almas, pois "grande
é a messe, mas poucos são os operários"
(Lucas 10, 2), ademais, isso também é prudente, pois
assim estaremos em unidade e a glória será dada a ela e ao Seu
Esposo e não a nós mesmos.
Agora, se você,
legitimamente, numa vida pública, realizando boas obras, percebe que
as pessoas têm se voltado para ti por interesses diversos, virando
as costas ao próprio Criador que realiza por meio de vós as boas
obras, então deveis fazer como o Cristo:
"percebendo
que queriam arrebatá-lo e fazê-lo rei, tornou a retirar-se sozinho
para o monte”.
Nós temos um desejo de glória, pois é vontade de Deus nos
glorificar (CIC, §§ 398 e 460), contudo, essa honra será dada pela
Santíssima Trindade, no tempo Dela. Enquanto
não chega essa hora, precisamos estar atentos para não fazermos
como os ladrões, uma vez que os inimigos do homem (a carne, o mundo
e o diabo) constantemente nos assediam a furtarmos os bens que só
pertencem a Deus.
A consequência fatal disso é que o
homem após furtar os dons e a glória de Deus, foge Dele, então
distante e nu, vazio da presença divina, projeta os bens roubados em
heróis na tentativa de provar para si que não precisa do Criador,
daí fazemos ídolos ou permitimos que nos façam ídolos.
Conclusão:
Ao homem compete uma vida recolhida em oração e trabalho, escondida
em Deus, ou seja, praticando ações quotidianas em favor do próximo
por amor a Deus, sem aplausos, sem mídia, sem busca de glória e
fama (há exortação expressa de Jesus nesse sentido: "Guardai-vos
de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por
eles (...)"
Mt 6,1-18. A
vocação certa e universal é a da santidade,
eis nosso primeiro, certo, seguro e talvez único chamado. Erra
o homem quando busca a vida pública para a sua realização pessoal
(“Quem
procura a sua vida a perderá, quem perde a sua vida por Mim, a
encontrará”).
A vida pública, decorrente de qualquer atividade política/estatal
(autoridades públicas), artística, religiosa, científica, etc.,
não deve ser buscada pelo homem em favor da própria honra, trata-se
de uma vocação
divina,
um chamado para um serviço
destinado a glória de Deus,
assim como toda ação ou realização humana. Todavia, ainda quando
ilegitimamente buscada pelo homem, essa
vanglória está sob o império da Divina Providência, que
misteriosamente rege o mundo.
"Não
sabes que tenho o poder para te soltar e para te crucificar?
Respondeu Jesus: Não terias poder algum sobre mim, se de cima não
te fora dado."
João 19,10.
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