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2 de agosto de 2015

A vida pública de Jesus

Conforme combinado, segue, na íntegra, a segunda parte da reflexão feita pelo Evando. Boa leitura a todos. 

A. Acolhida e Pedido do Espírito Santo 

B. Leitura do Evangelho dominical

No encontro passado refletimos sobre a vida oculta de Jesus Cristo. Neste abordaremos a sua vida pública e, por fim, no terceiro e último, sobre a sua vinda gloriosa. 

C. JESUS CRISTO - SUA VIDA PÚBLICA.

Ponto para reflexão: Jesus Cristo teve vida pública curta. Apenas o tempo necessário ao cumprimento da sua missão divina. Como vimos, ele procurou o anonimato na maior parte da sua vida, note-se que cerca de 90% da vida de Jesus foi anônima e 10% pública, precisamente dos 31 aos 33 anos. Ao contrário da maioria de nós que buscamos uma vida pública para a nossa própria glória/fama (o êxito comercial das redes sociais demonstra isso, pois grande número de pessoas as utiliza somente para sair do anonimato e, de certo modo, fazer-se públicas/famosas. Ressalvo aqui, que todos os meios de comunicação, incluindo-se as redes sociais, são legítimos quando instrumentalizados para a glória de Deus). A vida pública de Jesus foi para manifestar a glória de Deus (CEC, no. 457-460 e Jo 6,15). Conceber uma vida pública para a própria glória é demoníaco, porque "Criado em um estado de santidade, o homem estava destinado a ser plenamente "divinizado" por Deus na glória. Pela sedução do diabo, quis 'ser como Deus', mas, 'sem Deus, e antes de Deus, e não segundo Deus'" (CEC no. 398). Repita-se, a vida pública não deve ser buscada para a glória humana, mas para a glória de Deus, porque estamos mortos para o mundo e a nossa "vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com Ele na glória." (Col 3,3).

Como visto, o ministério público de Jesus foi para manifestar a glória de Deus e a sua condição divina é o fundamento disso: "Ao longo de toda a sua vida pública, seus gestos de domínio sobre a natureza, sobre as doenças, sobre os demônios, sobre a morte e o pecado demonstravam a sua soberania divina" CIC, § 447. No caso da liturgia desse domingo, o milagre da multiplicação dos pães reforça muito bem isso. Enfim, todos os milagres, bem como toda manifestação pública de Jesus teve apenas uma finalidade: Manifestar o amor de Deus por nós, seu poder e a sua glória.

Assim, a exemplo de Jesus, que nossos atos sejam praticados apenas para a glória da Santíssima Trindade, se tiverem a vocação da publicidade, que sejam realizados apenas os necessários para o louvor do Senhor. E como identificar se o ato é para a honra de Deus? Simples, observe se são feitos por Caridade, se o seu objetivo é cuidar do próximo por amor a Deus ou cuidar do que é próprio de Deus. Exemplificando A maior obra da vida pública de JC foi anunciar o Reino de Deus. O R de D não é nem comida nem bebida (nem justiça social nem melhor condição física ou econômica, etc.), mas o próprio Cristo. É por Cristo, com Cristo e em Cristo que vc pode : 1) Cuidar dos doentes ou apenas visitá-los (aquela tia, avó, vizinho, etc); 2) Ajudar com alimentação e vestuário uma pessoa ou uma família que não tem condições de se sustentar dignamente (pensar em quem possa estar precisando de sua ajuda); 3) Adorar o Santíssimo porque reconhece ali o seu Salvador; 4) Ter um blog ou página no Facebook para evangelizar, para instruir, para levar as pessoas a refletirem sobre as verdades eternas, para conhecerem a vida de Santos, etc.; 5) Ajudar na Liturgia, na Catequese, nos Vicentinos, ou no trabalho onde os seus talentos se identificarem... Dar a vida pelo outro!. É querido por Deus que sejamos membros atuantes da Igreja na missão de salvar almas, pois "grande é a messe, mas poucos são os operários" (Lucas 10, 2), ademais, isso também é prudente, pois assim estaremos em unidade e a glória será dada a ela e ao Seu Esposo e não a nós mesmos.

Agora, se você, legitimamente, numa vida pública, realizando boas obras, percebe que as pessoas têm se voltado para ti por interesses diversos, virando as costas ao próprio Criador que realiza por meio de vós as boas obras, então deveis fazer como o Cristo: "percebendo que queriam arrebatá-lo e fazê-lo rei, tornou a retirar-se sozinho para o monte”. Nós temos um desejo de glória, pois é vontade de Deus nos glorificar (CIC, §§ 398 e 460), contudo, essa honra será dada pela Santíssima Trindade, no tempo Dela. Enquanto não chega essa hora, precisamos estar atentos para não fazermos como os ladrões, uma vez que os inimigos do homem (a carne, o mundo e o diabo) constantemente nos assediam a furtarmos os bens que só pertencem a Deus. A consequência fatal disso é que o homem após furtar os dons e a glória de Deus, foge Dele, então distante e nu, vazio da presença divina, projeta os bens roubados em heróis na tentativa de provar para si que não precisa do Criador, daí fazemos ídolos ou permitimos que nos façam ídolos. 

Conclusão: Ao homem compete uma vida recolhida em oração e trabalho, escondida em Deus, ou seja, praticando ações quotidianas em favor do próximo por amor a Deus, sem aplausos, sem mídia, sem busca de glória e fama (há exortação expressa de Jesus nesse sentido: "Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles (...)" Mt 6,1-18. A vocação certa e universal é a da santidade, eis nosso primeiro, certo, seguro e talvez único chamado. Erra o homem quando busca a vida pública para a sua realização pessoal (“Quem procura a sua vida a perderá, quem perde a sua vida por Mim, a encontrará”). A vida pública, decorrente de qualquer atividade política/estatal (autoridades públicas), artística, religiosa, científica, etc., não deve ser buscada pelo homem em favor da própria honra, trata-se de uma vocação divina, um chamado para um serviço destinado a glória de Deus, assim como toda ação ou realização humana. Todavia, ainda quando ilegitimamente buscada pelo homem, essa vanglória está sob o império da Divina Providência, que misteriosamente rege o mundo. "Não sabes que tenho o poder para te soltar e para te crucificar? Respondeu Jesus: Não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado." João 19,10.

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