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22 de maio de 2015

Três degraus: instinto, razão e comunhão com Deus

É uma pena que homens que um dia acessaram a razão e a comunhão com Deus, prefiram o degrau enlameado do mero instinto animal, sob o qual rastejam...

Não precisa me dizer porque eu já sei! A imagem do texto é quase pornográfica! Percebi que ser escritor, no Brasil, não é exatamente um caminho de sucesso, portanto, resolvi compor funk e vou começar com a “dança da cadela no cio”, mas antes vamos refletir um pouco sobre alguns sentimentos instintivos. Comecemos pelos próprios personagens da imagem: alguém já viu cachorro abanar o rabo quando está alegre? E triste quando o dono se ausenta por algum tempo? Já os viu nervosos porque estão famintos? E com medo quando alguma situação lhes mostra um evidente perigo? Enfim, parece que estamos diante de autênticos sentimentos caninos: alegria, tristeza, raiva – não a doença , medo...

Alguns sentimentos e emoções são instintivos. Que o digam os cachorros. Mas alguém poderia questionar “Mas será que os cachorros não são dotados de razão, ainda que mínima, afinal, possuem sentimentos semelhantes aos nossos?” A resposta a essa pergunta encontra-se fácil em outra reflexão (que complementa a anterior e distingue os sentimentos instintivos dos racionais) e resume-se em um só pensamento: tanto faz se o cachorro é meu, seu, da sua avó, do Adolf Hitler ou do Papa: ele sempre vai abanar o rabo quando vir o dono ou um prato de comida, vai entristecer-se quando, por algum tempo, ausentar-se um ou outro; vai ter medo (ou raiva) dos inimigos de seus donos, independentemente de quem sejam os inimigos do dono (ou de quão bom ou mau-caráter seja o dono), portanto, é exclusividade dos seres racionais fazer distinções entre: com quem se alegrar e celebrar e com quem não fazê-lo, ainda que alguns humanos teimem em “abanar o rabo” para todo mundo. Ou seja, o fato de você, que procura nortear sua vida pelos valores do Evangelho, gostar de uma cervejinha e um terceiro, que se porte como patente inimigo da fé e dos bons costumes também gostar da mesma bebida (e da mesma marca, quem sabe), não será razão suficiente para celebrar com ele enquanto ele não mudar de vida. Dessa forma, elevamos nossos sentimentos da condição de puramente instintivos, para um patamar bem mais sublime e racional, cujo ápice, o degrau mais elevado da escada, só pode ser atingido na comunhão plena da criatura com o Criador. Aí sim! Pode abanar o rabo a vontade, “cachorrada”.

Bom... sei que estão curiosos. Voltemos à imagem. Não fui o fotógrafo, se bem que poderia: minha cidade tem mais cachorros do que donos. Enfim... estamos diante de uma cena quase erótica, onde vários cães nus cercam uma pobre cadela peladinha como veio ao mundo. Claro que, biologicamente compreendemos que o organismo da cadela, de tempos em tempos, prepara-se para ser fecundado e quando, enfim, ela está no cio, exala um odor que deixa a cachorrada toda doida. Dessa galera toda aí, só o mais forte, incisivo e dominante, o macho alpha, conseguirá seu intento. Os demais, colocarão o rabo entre as pernas retirando-se de mãos vazias, digo, patas vazias... Note, na sua rua mesmo, que a cadela não precisa ser atraente: basta que esteja fértil e, ainda que seja vira-lata das mais sujas e mal cuidadas, nesse dia, ficam mais cobiçadas que os poodles das madames. Nesse momento, cabe notar que mesmo entre os homens mais cafajestes e as mulheres mais vadias existe um mínimo racional que os torna, ainda que de forma degradada e quase canina, um pouco mais seletivos: as vadias não se produzem para qualquer mendigo bêbado, nem os cafajestes cobiçam qualquer dragão fértil, pois isso é coisa de burro (e do Shrek!). Isto é, o instinto humano é, de cara e independentemente de qualquer análise mais detida moralmente falando, bem mais racional. Contudo, se a razão, que nos torna humanos lúcidos, não for exercitada constantemente, corre-se sério risco de assemelhar-se aos irracionais, superando-os, inclusive.

Reflexão feita, notamos que, se por um lado, a razão não exercitada, corre o risco de definhar, degradando-se até comer com os porcos; no outro extremo, notamos, estabelecido por Nosso Senhor e sob as bênçãos dEle, o sacramento do matrimônio. Ele é o ápice, nesta terra, da escada que vai do mero instinto (nos humanos, de acordo com a lei natural, já dotado de razão, conforme exposto), eleva-se um degrau, por meio do exercício constante desta mesma razão, até chegar ao ponto de ser sacramentado pela graça de Nosso Senhor. Enfim, do alto dessa escada fica difícil compor o funk que prometi no início da postagem, mas estou seguro de que vocês não fazem questão agora. Boa escalada a todos.

Na paz de Jesus e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa

2 comentários:

  1. Bela reflexão! Realmente Deus lhe concedeu a espada como benção e a luta como herança. Que Deus abençoe você e sua família, estamos em oração por você e pelo ministério que lhe foi confiado, obrigado por tudo que me ensinou e por tudo que me ensina.

    David Denis

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  2. Obrigado David. Grande abraço e fiquem com Deus você e sua família.

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