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20 de agosto de 2013

As universidades brasileiras. Ou: Como sair do oceano para explorar criticamente um pequeno aquário


Quase tudo no Brasil é assim: devemos valorizar não o que é bom, belo e louvável, mas o que é brasileiro ou, ao menos, o que foi selecionado por brasileiros, independentemente do crivo da qualidade, do mérito ou da moral.

No meio artístico e cultural tal preferência é notória, já no meio acadêmico há uma seleção anterior a essa. É como se tirassem do oceano belas pedrinhas da África e das tribos indígenas e enchessem um aquário. No meio delas, lançam as rochas mais toscas e ridículas da Europa e dos EUA, misturam-lhes também, as pedras mais feias do Cristianismo e então, aquário devidamente preparado, soltam os alunos/exploradores dentro dele, estimulando-os a fim de que tenham a tal “visão crítica” e tornem-se intelectuais, formadores de opinião etc.

A fórmula repete-se por décadas, sobretudo nas Ciências Sociais ou no que há de obrigatório destas nas demais ciências (o que já é, por si só, questionável), e os aprendizes de intelectuais caem como patinhos (ou seriam peixinhos?). Qualquer menção, ainda que superficial, às belas rochas e pedras européias, católicas ou norte-americanas existentes no enorme oceano do espaço e do tempo, são rechaçadas de imediato! Não se pode ter tal opinião ou sequer fazer menção ao oceano. Oceano é coisa de peixe alienado! Nós somos convidados por uma elite intelectual pré-selecionada a termos a perfeita, ímpar e soberana visão crítica de um aquário que possui o que há de melhor e questiona "tudo o que aí está", "todo o sistema". O debate e a divergência de ideias só é possível para os que estão dentro do aquário e sobre matérias interna corporis. E para que não haja sequer um contato visual direto e transparente com o oceano, os vidros do aquário são pintados de vermelho e nossa visão crítica ganha então o mundo. Sim! Podemos ver o oceano, porém, sempre mediante um vidro avermelhado. Não se pode examinar o que é belo e nobre, sem que o mesmo passe pelo crivo socialista. A história europeia é recheada de herois, mas são herois opressores. O poder econômico norte-americano parece ter surgido de forma idônea, mas não cumpriu seu papel social e é, também por isso, opressor. A Igreja produz santos e mártires... que morrem à toa, pois a causa é alienada e alienante. Enfim, o oceano visto pelo vidro vermelho, de fato não vale à pena. Não quero aqui entrar no mérito de cada povo, credo ou cultura, cada qual possui, evidentemente, seus prós e contras, mas parece que aqui em Banânia somos convidados, diariamente, a filtrar moscas e engolir camelos, e, nesse contexto, nossa visão crítica é imediatamente conduzida a crer que o aquário é, de fato, o que há de melhor em termos de filosofia, política, cultura etc e tudo o mais é "tirano, burguês, opressor e reacionário". E se a maioria da população não consegue enxergar como você, "aquariano", é porque não possui a sua visão crítica. “A sociedade é conservadora e má... e, a unanimidade é burra!” Por outro lado, se num passe de mágica (a mágica da mídia que ensina, em outras águas, sobre o mesmo aquário), a massa passa a aderir ao seu discurso... aí então a sociedade passa a ser tida por revolucionária e boa e “vamos esquecer aquela história de unanimidade burra, pois a frase não serve para o momento!”

Assim caminha o Brasil, digo, assim nada e se afoga o Brasil... E isso acontece já há tanto tempo que temo que nem respiração boca a boca dê jeito. Afinal, em nossa cultura hodierna, até a tentativa de tal respiração poderia acabar em um beijaço gay em forma de “protesto” contra os "opressores". Por falar em beijaço gay, creio que valha muito a pena assistir ao documentário que postei há pouco (segue o link: http://sanctus-domini.blogspot.com.br/2013/08/o-paradoxo-da-igualdade.html), ele mostra como a “genialidade” dos cientistas sociais noruegueses (em nada diferente dos nossos pseudointelectuais esquerdistas) dá com os burros n’água frente a estudos científicos de verdade. A noção de "visão crítica de aquário" versus "alienação oceânica", fica bem evidente nesse vídeo, quando assistido até o final. Fiquem com Deus.

Na paz de Jesus e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa

2 comentários:

  1. Excelente reflexão meu irmão. Confesso que ainda estou mergulhado dentro deste aquário, mas nado todos os dias na esperança de pular para fora dele, e estou tendo bons progressos, apesar de ter muita coisa enraizada e difícil de superar. Gostaria de agradecer, pelo despojamento que você sempre teve comigo e com todos durante a formação para catequistas. Peço que perdoe alguns posicionamentos meus que não foram maduros ( a maioria deles), e posso te afirmar que diversas sementes que foram lançadas naquele tempo se tornaram arvores e estão dando frutos. Não se esqueça de mim e de minha família em suas orações, pois precisamos do favor divino todos os dias. Que o Espirito Santo continue te usando para inspirar corações e salvar almas, que a paz do senhor sempre esteja contigo.

    David Denis

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    1. Obrigado pelas palavras, David. Esteja certo de minhas orações por você e por sua família. Rezem por mim também! Grande abraço e fique com Deus!

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