À esquerda, São Vicente, pobre entre os pobres. Quanto aos outros... não se pode afirmar o mesmo! |
Assisti, há poucos dias, o filme de São Vicente de Paulo e fiquei
intrigado com um fato que lhe ocorreu: o santo cujas mãos administraram mais
fortunas do que os bancos de seu tempo, não via grande feito nessa exímia administração,
integralmente voltada ao auxílio aos necessitados. Achava pouco!
Desconsiderável! Preferia, ele próprio, viver com os pobres, chamá-los pelo
nome, comer com eles, dormir em seus barracos, passar sua existência nessa
terra convivendo e partilhando da realidade deles. O curioso é que,
matematicamente falando, o santo fazia muito mais administrando os bens que
recebia em favor dos necessitados do que indo morar no meio deles. De fato, o
número de pessoas, mundo afora, que eram assistidas socialmente por sua obra e
administração no século XVII era incalculável (e assim, até os dias de hoje
pelos vicentinos). Mas, ao que nos parece, a matemática divina possui fórmulas
que estão muito além da mente humana e São Vicente, com saudade do rosto, da
história e da vida dos mais simples, une-se a eles, vive com eles, ajudando-os
diária e diretamente... Comovendo uma multidão a fazê-lo também! Ele
compreendeu que amá-los significava muito mais do que dar-lhes bens materiais.
Assistencialismo não preenche a alma. Era preciso um comprometimento mais
intenso, do contrário não ficaria em paz consigo mesmo e nem com Deus.
Outro exemplo intrigante de matemática às avessas, veremos
no Evangelho do próximo domingo (afirmo que veremos, pois nenhum leitor deste blog
falta à Missa em domingos e festas de guarda, tenho certeza). O Evangelho nos
apresenta uma viúva anônima, observada por Jesus ao doar como esmolas moedas de
pouco valor. Ao realizar tal doação, a viúva transmitia a impressão, aos olhos
de todos, de que pouco ou nada fazia em vista dos que doavam maiores quantias.
Questão de operação básica da matemática, diga-se! Mas Cristo, enxergando além
das aparências, não hesita em contrariar a lógica humana afirmando que a viúva fez
mais, pois doou, de coração, tudo o que tinha!
Refletindo sobre essa pedagogia divina, fica-nos uma
interessante lição nas entrelinhas, que infelizmente não tem sido aprendida no
Brasil... talvez porque não leia nem as linhas, quanto mais as entrelinhas...
Lição: não nos iludirmos com os hipócritas! Sabe os hipócritas??? Aqueles...
que na política você já deve até estar acostumado a ver e quem sabe até tenha
votado em alguns...
Essa gente que, diante das câmeras, se finge de pobretão, faz
o tipo “sujeito simples e amigo do povo”, mas que na verdade não pode pegar um
resfriado que é imediatamente tratado nos melhores hospitais do mundo; viajam
quando querem, a hora que querem e para onde querem em seus jatinhos
particulares; vestem as melhores roupas; fumam os charutos mais caros; comem as
melhores comidas... exceto, é claro, quando estão diante das lentes de uma
câmera, quando então, um hot dog cai bem e garante mais alguns iludidos com a
hipócrita “simplicidade” do crápula. Essa laia tem ganhado fama de “quase santa”,
graças à falsa imagem que vendem. São pessoas que contam com o apoio de grupos
que são mais que cabos eleitorais comuns... são defensores das minorias,
“senhores” do meio ambiente, defensores de ovos de tartaruga, “heróis” que
protegem a camada de ozônio, incentivadores dos direitos femininos ao aborto,
pregadores da liberdade sexual, defensores do casamento gay, da eutanásia, da
vadiagem.... Sim! Sim! Aqueles que quando contrariados, quase sempre, protestam
tirando a roupa em público (de fato, talvez seja mesmo o único argumento que
tenham). Pois então... toda essa corja vive no luxo, muitas vezes jogando
dinheiro sujo para cima. Não são amigos dos pobres coisa alguma! São
impostores! Mas enganam tão bem a massa que elegem-se aos montes em nossa
nação, pois o maior país católico do mundo é também uma grande farsa (talvez
seja, na verdade, o menos católico)! Fique portanto, como lição dessa reflexão,
o aprendizado do discernimento de quem é realmente amigo das pessoas (pobres ou
ricas), sem hipocrisia, mas de forma livre e desinteressada. Aprendamos e
imitemos nossos santos, amigos de Deus e do próximo! Preocupados com nossa vida
nessa Terra mas também, e sobretudo, com a salvação eterna de nossas almas! Paralelamente,
releguemos, de uma vez por todas, ao esquecimento e à ignorância completa a
ilusão dos impostores. Temos discernimento suficiente para sabermos quem são
uns e outros!
P.S. Não sou contra quem é rico, viaja, bebe, fuma, se veste bem etc. Sou contra os hipócritas que, vivendo do bom e do melhor, fingem-se de pobres para ganhar seu apoio. Sou contra a ignorância, vigente em boa parte do mundo (e, de forma avassaladora, no Brasil), que faz com que quase ninguém perceba essa incoerência absurda entre o discurso e a vida dessa gente.
P.S. Não sou contra quem é rico, viaja, bebe, fuma, se veste bem etc. Sou contra os hipócritas que, vivendo do bom e do melhor, fingem-se de pobres para ganhar seu apoio. Sou contra a ignorância, vigente em boa parte do mundo (e, de forma avassaladora, no Brasil), que faz com que quase ninguém perceba essa incoerência absurda entre o discurso e a vida dessa gente.
Na paz de Jesus e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa
Jeansley de Sousa
Lembrando a todos, com alegria: nosso blog completa hoje dois anos! Louvado seja Deus por essa obra!
ResponderExcluirLi uns tres artigos desse blog e já sou fãnzaço dele, esse artigo é uma grande verdade; o Brasil é o maior país católico do mundo; mas poucos desses são de fato convertidos, cresci em uma familia de catolicos praticantes mas sou a ovelha negra da familia, possuo uma mente materialista; científica. Trabalho com gente rica e frequento alguns lugares da auta sociedade, já vi muitos jovens ricos que se dizem catolicos usando camisas com estampa de Jesus e Nossa Senhora menosprezando outras pessoas de classes sociais inferiores, já vi muitos patrões que frequentam movimentam carismáticos tratando seus empregados como escravos sem alma e sem sentimento. Um dia até me peguei pensando: Será que as homilias dos padres das igrejas de pobre são as mesmas que as de um padre de uma igreja de rico?... Não é possivel que os ricos receberam a mesma formação de primeira eucaristia e crisma que eu na minha igrejinha de pobre. Enfim, não sou religioso, mas digo a todos; inclusive já falei a alguns amigos protestantes, se algum dia eu for seguir alguma religião minha igreja será a catolica, de toda essa muvuca de crenças que existe no Brasil a mais coerente de todas é a Igreja Católica Apostólica Romana. Genial esse blog, parabens!!
ResponderExcluirObrigado pelo elogio! Nossos artigos, ultimamente, estão raros, mas há muito o que se ler do que já foi publicado. Será um prazer tê-lo como irmão de combate nas fileiras do catolicismo. Abraço e fique em paz!
ResponderExcluir