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22 de agosto de 2012

A quem iremos?

Ante a firmeza das palavras de Cristo, muita gente do “oba oba” vaza!!! Sempre assim! Não é mesmo para qualquer um ser cristão! Sê-lo significa estar em comunhão com o Criador, tal qual uma invenção humana que só poderá atingir sua potência maior nas mãos do inventor. Temos um inventor e um manual, entretanto somos complexos. Ante tal complexidade não basta ler e interpretar, a bel prazer, o próprio manual: o Criador deixou-nos, além do manual, seus técnicos em manutenção, bem como, os legítimos intérpretes de suas regras; aqueles que, na Terra, têm o poder de ligar e desligar os homens da comunhão com Ele, sempre em plena harmonia com Sua vontade; aqueles cuja infalibilidade, em matérias essenciais aos humanos (fé e moral), emana do próprio Espírito que dá vida aos homens. E nada mais é necessário! 

Esse mesmo Deus, de quem discorremos superficialmente acima, quando se fez homem, ousou fazer uma afirmação no mínimo muito curiosa e polêmica: afirmar que só terá vida quem estiver nEle, alimentando-se de seu próprio corpo e de seu próprio sangue, acabou por colocar Deus na condição de loucura frente aos homens. No entanto, tratava-se da afirmação elementar do manual. Centro e ápice da vida humana! Na ocasião de tal afirmação, os que nEle ainda criam, apesar de palavras aparentemente tão recheadas de devaneios, esperavam, em seu íntimo, que o Mestre retrocedesse, dissesse que tudo não passava de força de expressão!!! Mas Cristo, apesar da debandada geral dos discípulos que, um a um, transformavam-se em ex-discípulos, reafirma sua postura. Não brinca! E ainda questiona os doze, os escolhidos para serem os primeiros “técnicos em manutenção” e os “intérpretes do manual”: “Quereis vós também retirar-vos?”

As palavras de Jesus ecoariam sem resposta, pois mesmo os mais fiéis de seus seguidores estavam atônitos. Não compreendiam a profundidade de suas palavras. Talvez suspeitassem que o Mestre lhes sugeria a antropofagia (vulgo canibalismo) como novo rito a ser seguido pelos adeptos do Cristianismo nascente... A dúvida e o temor pairavam, os discípulos abandonavam a barca sem que Jesus voltasse atrás em uma vírgula sequer!

Perdidos estaríamos não fosse nosso primeiro Papa, líder dos apóstolos, responder intrépido: “A quem iremos nós, Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna!” Tamanha intrepidez, no entanto, fundamentava-se tão somente no fato de Pedro conhecer bem o Mestre, saber de quem se tratava. Estava diante do próprio Deus feito homem! Acreditou e seguiu sem saber direito o significado da sugestão de Cristo (poderia se tratar de canibalismo, talvez pensasse em seu íntimo, que ainda assim não faria o menor sentido deixar de seguir Aquele que ele jamais vira, minimamente, errar em conduzir seu rebanho).

A história caminhou, a Igreja cresceu e a Verdade brilha como o sol! De fato, não se tratava de antropofagia, no entanto, tamanho alarde e incontáveis baixas no número de seguidores faz crer, piamente, que o pão e o vinho consagrados no altar não são apenas simbólicos. A firmeza de Cristo e as consequências de suas palavras nos fazem crer que, de fato, quando comungamos, alimentamo-nos de seu próprio corpo e sangue. Caminhemos convictos de que na pior das hipóteses não temos a quem seguir, porém, na melhor das ópticas, encontramos verdadeiro tesouro na Terra! Para alimento tão sólido não haveria outras palavras senão as ousadas e impetuosas de Nosso Senhor. Do contrário, a quem iríamos nós?

Na paz de Jesus e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa

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