Ainda criança, sem saber o que escrever em cartões de Natal
para alguns familiares e amigos, decidi procurar alguma mensagem na Bíblia.
Como não sabia nem por onde começar, fiz o que faz todo aluno aplicado (para
não dizer o contrário): sai folheando aleatoriamente e fazendo aquela,
digamos... “leitura dinâmica”. Nessa “viagem”, deparei-me com um versículo que
muito me chamou a atenção, sabe-se lá o porquê: “Bem-aventurados sereis quando
vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra
vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa
recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”
(Mt. 5, 11-12).
Como eu dizia... não sei explicar o motivo pelo qual tal
passagem, que soou tão estranha naquele momento, chamou tanto a minha atenção.
Enfim, não obstante a estranheza, foi a frase que coloquei como mensagem de Natal
e, provavelmente, devido à incoerência da frase com o momento (ela estava muito
mais para Sexta-feira da Paixão do que para Natal) não tenha sido tão marcante
para as pessoas que receberam o cartão, mas de minha memória não saiu mais.
Desde essa data, alguns anos se passaram e pude, ao longo
deles, conhecer a história de muitos santos. Chamou-me a atenção o fato de a totalidade
deles ter sido caluniada, difamada, perseguida, senão durante toda a vida, ao
menos em grande parte dela. Inúmeras vezes, tal perseguição culminou em cruéis
assassinatos (martírios). Que o digam São João Batista, São Pedro, São
Lourenço, Santa Joana D’arc, São Tomas More dentre tantos outros (e o número de
mártires, acreditem, não para de aumentar mundo afora).
Falando em perseguições baratas, mentiras infundadas e
calúnias absurdas, não nos esqueçamos de Padre Pio de Pietrelcina que, à
exceção do amor dos fiéis verdadeiramente tementes a Deus (que com ele padeciam),
sofreu durante toda a vida com histórias falsas que dele inventavam, sendo
inclusive proibido de celebrar a Missa em público durante muitos anos, fora
outras penas impostas ao santo cuja vida sempre foi recheada de fenômenos sobrenaturais que atestavam sua comunhão com Deus e toda Corte Celeste.
Ainda a título de ilustração, vale também recordar São João
Crisóstomo, que obteve esse segundo nome devido à sua eloquência e à sabedoria
de suas palavras (Crisóstomo deriva do grego que significa “boca de ouro”) e,
mesmo assim, apesar do reconhecimento popular, acabou vítima do puro ódio do
inimigo de Deus, manifestado por “bocas de lata” que sempre existiram e sempre
existirão para, ainda que involuntariamente e julgando fazer justiça com suas
consciências tortas, perseguirão os justos. Cristóstomo, o boca de ouro, foi
exilado uma, duas, três vezes... cada vez para mais longe. E, bem distante de
sua terra, faleceu.
A idéia de se refletir esses exemplos da vida e obra dos
santos, remete-nos a uma reflexão interior: se minha forma de viver e de me
expressar anda agradando à maioria das pessoas em um mundo cada dia mais inimigo
de Deus, é sinal de que meu cristianismo não passa de uma farsa. Afinal, se
assassinaram Deus, São João, no capítulo primeiro de seu Evangelho, só pode
mesmo estar coberto de razão: o mundo odeia a luz e ama as trevas.
Que nossas vidas agradem a Deus e, consequentemente, àqueles
que nEle estiverem (rezemos para que sejam muitos, mas conformemo-nos que pode não haver ninguém). É na justiça e na verdade, apesar de seus efeitos dolorosos
neste mundo, que nosso coração deve se alegrar. Sem mais!
Na paz de Jesus e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa
Muita luz pra todos. Valeu. abraços.
ResponderExcluirLouvado seja nosso senhor Jesus Cristo,salve Maria!Pesso que leião com calma e pensem nisso ,obrigado.
ResponderExcluir"É na justiça e na verdade, apesar de seus efeitos dolorosos neste mundo, que nosso coração deve se alegrar."
ResponderExcluirExcelente artigo!
Agradeço a todos pelos comentários. Abraços e fiquem com Deus!
ResponderExcluir