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17 de abril de 2012

Voltemos a tratar de nossa participação na Santa Missa

Há alguns meses escrevi a respeito da participação dos fiéis na Santa Missa (ver artigo aqui). Em decorrência da repercussão, mediante redes sociais e e-mail, na qual notei algumas manifestações de surpresa da parte de católicos sobre o tema, resolvi trazer algumas informações mais a respeito. Boa leitura!

Em primeiro lugar, reforço: Missa não é espetáculo, não é show! Missa é calvário, sacrifício... Como afirmara diversas vezes São Pio de Pietrelcina: “é o sacrifício incruento do Senhor”, isto é, renova-se o sacrifício cruento, porém, de forma incruenta (sem o derramamento de sangue). É, portanto, católicos, o rito de perpetuação do sacrifício único. Eis o mistério da fé!

Não raro, vemos em nossas celebrações, padres e grupos de liturgia tentando “inovar”, fazer diferente, incrementar a liturgia, como se a liturgia fosse um composto de meras formalidades. Não é! É rito sagrado por meio do qual o Espírito Santo age. Em que pese tal intenção das pessoas que querem “melhorar a liturgia”, na maioria das ocasiões, ser a de promover conversões ou mesmo gerar uma interação maior entre os que assistem (e a expressão correta é exatamente essa: assistem, porém, no sentido de dar assistência) e o que celebra, tais manifestações são não apenas inócuas espiritualmente, como também, maléficas ao real propósito do Sacrifício que é o de salvar almas e não emocioná-las. Os ritos litúrgicos estabelecidos pela Santa Igreja, não possuem o condão de empolgar fiéis, ou despertar neles qualquer espécie de sentimentalismo, mas sim renovar o calvário que os redime. Eu disse renovar e não apenas simbolizar. Portanto, algo concreto acontece: as graças da paixão e morte do Senhor fazem-se presente e, na comunhão, o recebemos vivo e ressuscitado. Unimo-nos a Ele na cruz, alimentamo-nos dEle, a fim de que, também com Ele, ressuscitemos dos mortos para a glória Celeste. Eis o significado do sacrifício! E, sendo assim, respondam-me por favor, em que momento do julgamento, flagelação, humilhação, crucificação e morte do Senhor as manifestações típicas de festa (coreografias, danças, palmas) são cabíveis?

Ao término da Missa, o célebre “Ide em paz” tem significado oriundo da expressão latina: “Ite, missa est” que significa pura e simplesmente: “Vão, esta é a Missa” ou ainda, em seu sentido mais específico, compreendida tacitamente a expressão “finita” (na Idade Média passou-se a compreender: “Ite, missa est (finita)”), temos: “Vão, a Missa acabou.” O significado, de aparência fria, indica que o momento que se celebrou foi de profunda piedade e adoração, não de festa. Não temos um “Valeu galera! Deus é 10!”, pois a idéia é sairmos da Missa, conscientes da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, prontos para encarar a missão (que é Evangelizar o mundo). Prontos para carregar a nossa cruz, negando a nós mesmos, mortos para o mundo e o pecado, como nos orientou Jesus caso quiséssemos segui-lo!

Nesse sentido de conscientização, vejam os vídeos de Missas celebradas pelo Papa Bento XVI, onde o pedido é explícito no sentido de que não se façam coreografias ou se batam palmas durante a celebração (e a celebração vai da bênção inicial à bênção final e, mesmo após estas, o local – altar – é sagrado e não pode ser palco de shows, festas ou outras profanações como vemos por aí). No primeiro vídeo (link aqui) apenas a proibição. No segundo (link aqui), a proibição e a explicação (quem aplaude durante a celebração, aplaude os algozes... e, diga-se, isso é óbvio, pois no momento da crucificação os únicos que estão em júbilo são os algozes e os inimigos de Cristo. Ninguém mais!).

Você pode estar se questionando: “Então quer dizer que ser cristão é ser amargurado? Triste? Não pode fazer festa?” Respondo: Claro que pode! Não seja tão dramático! Mas não diante e, muito menos, sobre o altar do sacrifício! Festejem no salão de festas da Igreja. Festejem nos encontros católicos. Celebrem com os amigos... Cristo ressuscitou! Ele vive! Mas por favor, católico, não faça festa em momentos de exclusivo recolhimento e piedade, ok? Afinal, como nos lembra o Eclesiastes: “Existe, debaixo do Céu, um momento para cada coisa!”

Na paz de Jesus e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa

Um comentário:

  1. Vale muito a pena conferir o vídeo do Padre Paulo Ricardo em que ele trata de uma Igreja em que um sacerdote pediu aos catequistas de sua paróquia que fossem vestidos de palhaços às celebrações eucarísticas. Trata-se de dessacralização evidente! Assistam ao vídeo: http://www.youtube.com/user/padrepauloricardo?ob=0

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